Sou obrigado a viver sobremaneira o engano proposital.
Pois...
Eu sou o GUERREIRO...
Meu clamor calado triste e
marcado
é mais do que o grito mudo,
que o mundo não escutou
em brados das dores das almas.
O sulco da terra ancoradouro
de corpo inerte e entorpecido.
E o meu verdadeiro bradar se
estabelece
até quando os deuses amorfos puderem escutar.
Estremece o chão e num grilhão
capilares condutores arenosos
se arqueiam e atravessam as rochas
chegando no ancoradouro do peito.
Em ínfimo ritmo... Não mais
são retumbantes.
É o morto
de inanição que vai jogado ao mar.
É navio da África que o vento traz.
Não me obrigue de maneira alguma
viver a ausência de hipocrisia.
Pois...
Eu sou o SENHOR...
Se meu corpo é jogado em
poltrona aveludada,
estofado brilhante como a dos czares.
Se me afundo é num mundo
em que sou o superior da hora
resultado de estupendo lide opressor,
sim sou eu o agressor que carrego o mérito
de grandioso, de superior.
Sou autodidata em promover a dor.
Com meus gritos fortes me faço
de qualquer um de vocês o
senhor.
Plantem, colham e se recolham
nas senzalas,
qual é o lugar dos oprimidos sem
sangue real.
É gente chicoteada,
é alma
pura levada ao ar.
Não me obrigue de maneira
qualquer viver a mentira.
Pois...
Eu sou o POVO...
Decretou-se em muitos países a
simbólica misericórdia,
que não chega aos pés de ato
bravura,
somente substituiu-se o formato
da espoliação.
O mundo não verá o apogeu dos
vencidos, e daí?
Se a vitória tem suas facetas.
Na busca da verdadeira glória
as conquistas serão sempre do fraterno
amor.
E no ardor de ser livre... Se desescravise
desses quaisquer com poder
mentiroso,
ofensivo e corruptor.
E o
homem se vestiu de blues.
Desde a
Georgia até o Quilombo dos Palmares.
E o
homem se cobriu de samba.
Se
esculpiu de bamba...
E Zumbi
estará sempre aqui...
Nestes quadriláteros quilombos metropolitanos.
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