MARGEM OPOSTA
O dia em que atravessaste o rio,
marcou indelével sentimento de
ausência.
As pontes quedaram e sem caminhos
não consigo te resgatar.
Em prantos o céu chorou em chuva
torrente,
chuvarada que o rio alagou.
Onde estou, em margem oposta
existe o estrago do temporal.
Esta dor abrasiva mesmo que lenta é
letal.
Consumindo coração condoído
vai dilacerando devagar.
Fachos de raios solares
abrandam o sufoco da angustia.
Não há desânimo e nem cogito te esquecer
se minha intrepidez sempre foi te
querer.
Em todas as estações retorno
até a borda do rio que nos separou.
A flor nativa amarela desabrochou
e brotou na minha alma a esperança
que dentro em breve irei te encontrar.
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